quarta-feira, 1 de julho de 2009

Meu pai não é apegado a cargo’, diz Roseana Sarney


A governadora do Maranhão acompanha de perto o drama vivido pelo pai. Nesta terça (30), Roseana Sarney falou ao reporter Adriano Ceolin.

Na entrevista, levada às páginas da Folha, ela falou abertamente sobre a hipótese de Sarney se deixar a presidência do Senado. Confira abaixo:



- A senhora acha que o presidente Sarney tem de se afastar?
A decisão dele terá o nosso apoio.

- O fato de o DEM defender o afastamento surpreendeu?
De alguma forma, surpreende sim.

- Porque o DEM sempre foi um aliado?
Ele foi um aliado na eleição da Mesa.

- O presidente estuda se afastar?
Todo mundo que assume um cargo pode querer se afastar ou não. Tudo pode acontecer, mas ele está tranquilo.

- A senhora acha que esse momento chegou?
Acho que o presidente tem de pensar um pouco agora na situação política dele e não ficar resguardando a instituição, já que ninguém quer que seja resguardada.

- Ele não está conseguindo.
O meu pai não é apegado a cargo. Nunca foi. Acho até que ele está conseguindo muita coisa. Mais até do que qualquer um esperava. Acho que ele está sendo injustiçado.

- Ele se queixou da pressão?
Político é acostumado com pressão.

- O que a senhora quer dizer quando afirma que o presidente não tem apego ao cargo?
Que se ele achar necessário sair, ele sai. Não vai fazer nenhuma diferença para ele.

- Ele já comentou isso com a senhora? Ele se arrepende de ter disputado a presidência?
No começo, ele não queria, mas todos os senadores do PMDB pediram.

- E, na época, o DEM também?
Sim, [os senadores] do PMDB, do DEM...

- Esse pedido de afastamento do DEM pode ser considerada uma traição?
Acho que não pode ser considerado traição, não. As coisas são assim, né?

- Assim como, governadora?
As coisas têm um ciclo. Eu não entendi muito.

- A senhora avalia que ele errou ao afirmar que estava sendo perseguido por apoiar o presidente Lula?
Ah, eu não sei. Eu não vi aquela nota.

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