Sobre a entrevista de José Reinaldo e as eleições 2010Apenas um comentário Por:
A entrevista do ex-governador José Reinaldo concedida ao jornal O Imparcial, edição desse domingo (29), nos remete, ainda que com cautela, uma avaliação do quadro político que se avizinha, ou seja, das eleições de 2010.
Há que considera-se que o desfecho, seja ele qual for, do próximo julgamento do governador pelo TSE, terá influência direta na sucessão estadual de 2010.
Na entrevista, José Reinaldo deixa claro que é candidato ao senado. Acerta na avaliação quando reconhece que é no Senado que o Sarney “maquina contra o Maranhão” e lembra das dificuldade que teve de aprovar o empréstimo do Banco Mundial para combater o pobreza no estado.
Também reconhece que, cassado ou não, Jackson Lago é um candidato forte. Contudo, o ex-governador lembra que tudo “terá que passar pela união do grupo formado em 2006″, numa referência a Frente de Libertação do Maranhão.
Penso que José Reinaldo tem razão em muitos pontos da entrevista. Contudo, gostaria de meter a colher nessa questão levando em conta um dos cenários possíveis, que é Jackson Lago ser cassado e chegar em 2010, obviamente, sem mandato.
O atual governador sempre será uma liderança política no Maranhão, cassado ou não, como afirmou José Reinaldo. Entretanto, uma coisa é o Jackson Lago chegar em 2010 no exercício do mandato, outra coisa, totalmente diferente, é chegar nas próximas eleições na condição de ex-governador, e cassado.
Não estou certo, até gostaria de estar, de que o próprio José Reinaldo ou Edson Vidigal, Roberto Rocha, Domingos Dutra, Flávio Dino, Cléber Verde, entre outros, têm motivações políticas para dar “apoio incondicional” a uma eventual candidatura de Jackson Lago em 2010, estando ele fora do governo.
Não por conta do Jackson Lago em si, que tem o respeito de todas essas lideranças que mencionei anteriormente, mas por conta da experiência do que é o seu governo até aqui. Isto é, um governo que fechou-se em si mesmo, onde um cada secretário faz o que bem entende, alguns até fazendo questão de ignorar que o Maranhão tem governador e atende pelo de Jackson Lago.
Um governo que não tem foco, ainda que tenha apresentado, tardiamente, a tal Agenda 2010 como ação de planejamento a longo prazo. Um governo que faz pouco caso com os aliados, pois os seus únicos aliados são uma meia dúzia de secretários que estão em campanha desde 1º de janeiro de 2007.
Chegando 2010 ainda como governador do estado, Jackson Lago terá tido a oportunidade de fazer uma reforma no seu governo, clamada por 11 entre 10 maranhenses que verdadeiramente torcem pelo sucesso do seu governo.
Caso tenhamos algum sucesso no TSE, o governador Jackson Lago ganhará tempo para rearticular a classe política aliada e os interesses legítimos dos aliados que pretendem disputar cargos majoritários em 2010, como José Reinaldo, por exemplo. Nesse cenário, o governador terá como liderar o processo político-eleitoral do ano que vem.
Cassado, acho pouco provável que Jackson Lago possa conduzir esse processo. Pode prevalecer a barbárie e cada um cuidar de si. Tal como acontece atualmente no âmbito de algumas secretaria do seu governo.
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